terça-feira, 1 de setembro de 2009

CEARÁ possui 400 bandas de forró

Forró Dicumforça
Forró Dicumforça
Para montar uma banda é necessário pelo menos R$ 300 mil

No Ceará existem pelo menos 400 bandas de forró entre profissionais e amadoras. Destas, 45 são profissionais, com CDs e DVDs gravados, presença constante na mídia e devidamente representadas por empresários, de acordo com o relatório "Arranjo Produtivo do Forró em Fortaleza". A pesquisa de campo para o relatório foi feita em 2008, sendo que na época, desse total, 24 bandas pertenciam a apenas nove empresários. E no forró, o papel do empresário tem sido decisivo para injetar dinheiro nas bandas com potencial de fazer sucesso.

De acordo com empresários ouvidos pelo O POVO, para montar uma banda é necessário o investimento de pelo menos R$ 300 mil para a compra de equipamentos, instrumentos - é comum que os instrumentos sejam do dono da banda e não dos próprios músicos - e um ônibus para baratear a logística de transporte do grupo. Mas não basta fazer tanto investimento sem uma visão geral do mercado. "A área de entretenimento é de extremo risco, seu funcionamento é bastante complexo e exige um conhecimento aprofundado do mercado que está em constante mudança", explica Angelo Roncalli, um dos diretores da A3 Entretenimento, hoje a maior do Estado no gerenciamento de bandas de forró, como Aviões do Forró e Forró do Muído.

O relatório aponta que, do ponto de vista da mobilização de ativos, pode-se fazer um cálculo parcial com base nos investimentos realizados na montagem das bandas. Levando em conta que cada banda demanda, em média, R$ 35 mil para compra de equipamentos, as 45 maiores bandas do Estado chegam a movimentar cerca de R$ 1,5 milhão só com esta finalidade. Os valores vão depender, claro, da quantidade e da qualidade desses equipamentos.

A pesquisa indica que praticamente todas as grandes bandas possuem ônibus próprio. Há bandas que possuem ônibus no valor de R$ 700 mil, como é o caso da Aviões do Forró e Mastruz com Leite. Mas há bandas que possuem ônibus no valor de R$ 250 mil. Considerando uma média de valor em torno de R$ 300 mil, o total mobilizado pelas 45 bandas maiores bandas chega a R$ 13,5 milhões.

Lucro A organização do lucro negócio forró vai além dos cachês pré-fixados. Muitos empresários preferem fechar shows com a participação na renda da bilheteria e em alguns casos até mesmo na renda do bar. É a chamada "festa bancada", com lucros divididos entre os donos das bandas e os donos das casas de shows. Mas falando especificamente de cachês, o relatório aponta que do ponto de vista da renda há uma grande variedade de preços cobrados, que oscilam entre o mínimo de R$ 500 e o máximo de R$ 80 mil (podendo aumentar de acordo com o tipo de evento e distância).

Fazendo um cálculo "conservador", como diz o coordenador do relatório, Jair do Amaral Filho, imaginando que cada banda realize uma apresentação por semana, ou quatro apresentações por mês, as 45 maiores bandas mobilizariam mensalmente mais de R$ 1,3 milhão. "Com certeza uma cifra muito abaixo do real", pontua Jair. (Dalviane Pires)

NÚMEROS


1. 400 É A QUANTIDADE DE BANDAS PROFISSIONAIS E AMADORAS PELO ESTADO.


45 SÃO AS PRINCIPAIS BANDAS DE FORRÓ DO ESTADO, APROXIMADAMENTE

O ritmo que movimenta milhões!!!

Se o rei do baião, Luiz Gonzaga, estivesse vivo, certamente estaria vendo de forma "amoada" a transformação que o forró sofreu a partir da década de 90. É que a música nordestina que o Gonzagão tanto propagou é hoje ficha miúda diante da formação de grandes grupos de forró que atraem, a cada festa, milhares de pessoas, formando uma cadeia produtiva milionária com geração de emprego e uma renda distribuída de forma pouco democrática. Com base no relatório "Arranjo Produtivo do Forró em Fortaleza", coordenado pelo doutor em Economia e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jair do Amaral Filho, O POVO mostra como é distribuída a riqueza gerada pelo forró, a organização dessa cadeira produtiva e os segredos para que uma banda faça sucesso.

Através do relatório, Jair reforça a larga difusão do forró no Brasil como gênero musical, entretenimento e relação social. "Reivindicá-lo como produto de uma localidade seria um exagero cultural. No entanto, após a realização da pesquisa ficou claro que o epicentro da 'indústria musical do forró' se localiza em Fortaleza", pontua o coordenador complementando que o próprio ambiente da cidade, que é turística e com vocação para o entretenimento, facilita a consolidação dessa indústria.

Negócio
O forró como negócio surgiu com o empresário Emanuel Gurgel. Foi com ele que as festas - na época tímidas e restritas às classes mais populares quando se tratava de forró - ganharam status de shows e tiveram o público multiplicado e diversificado no que diz respeito às classes sociais. A partir de então, outros empreendedores passaram a ver no forró um modo interessante para ganhar dinheiro. O forró hoje é business, fazendo cair por terra a ilusão de que bastava um punhado de bons músicos e boa vontade para fazer um hit estourar nas rádios, garantindo assim o sucesso necessário parar lotar casas de shows.

Pelo relatório, Jair argumenta que o sistema produtivo do forró em Fortaleza entendido como indústria musical, apesar de relativamente recente, impressiona pela presença de uma grande quantidade de agentes, pelas interações produzidas, pelo espaço ocupado na mídia, pelos mercados conquistados dentro e fora do Ceará, e pelo volume de emprego e renda gerados. "Não há dados sistematizados capazes de informar sobre a dimensão quantitativa nem sobre sua importância na economia local, mas existem alguns indicadores que podem sugerir pistas a serem seguidas no sentido de começar a montar um sistema de contas para essa atividade econômica e cultural", pontua Jair.

Balança Neném vai voltar!!!




Divulgação
Manelzinho, Andrea e Clauber Mariano estão na banda

Boa notícia no mundo forrozeiro. Uma das bandas que marcou época no forró com seus sucessos irreverentes está voltando. Trata-se da Balança Neném.

Outra boa notícia é que o grupo cearense vem basicamente com a mesma formação de antigamente: Manelzinho, Andrea e Clauber Mariano.

A banda emplacou sucessos como Lapada na Rachada, depois da meia-noite, anjo, sereia do mar, copo descartável, dentre outros. Lançou talentos no mundo do forró como a cantora Lene Silva.

Segundo apuramos, a reestreia está marcada para o dia 27 de agosto, em Fortaleza. A banda vem com uma nova roupagem, ritmo bem diferente e dançante.

Em breve os forrozeiros vão voltar a ouvir: Balança, Balança, Balança Neneeeeem.

Vaquejada de Serrinha anima interior da BA

De 4 a 7 de setembro a diversidade musical tem encontro marcado na arena de shows da Vaquejada em Serrinha, festa que acontece no Parque Maria do Carmo, na cidade de Serrinha, a 173 quilômetros da capital baiana.

Durante os quatro dias de montarias, com a participação de 2 mil duplas de peões, representantes do axé, pagode, reggae, pop-rock, samba e forró farão a poeira subir para uma platéia estimada em 200 mil pessoas.

A maior vaquejada do interior baiano começa na sexta-feira com shows do grupo O Rappa e Calcinha Preta. No sábado tem a dupla sertaneja César Menotti e Fabiano e o cantor Alexandre Pires. No domingo a cantora Claudia Leite anima a edição 2009 da Festa do Boi Malandro, que também terá Parangolé e Aviões do Forró. No último dia de festança, com show da banda Seu Maxixe, o acesso ao parque será 1kg de alimento com renda revertida para as instituições carentes da região. www.arrochasalvador.com.br